Hoje em dia nos negócios os produtos e serviços valem pelo seu ¨conhecimento¨ embutido. Muitos fatores explicaram no passado a capacidade da empresa para gerar margens positivas, construindo valor em torno de seus produtos e serviços.
Naqueles contextos de negócios, a excelência na execução de algumas atividades críticas representava a diferença entre o sucesso da empresa ou seu constrangedor fracasso. Atuar em escala econômica, por exemplo, produzindo em massa, viabilizava a operação muito custosa da mobilização da matéria prima e componentes para um centro de fabricação e montagem e posterior entrega a seus destinos.
Vivia-se numa economia industrial, dependente de fluxos de bens e serviços físicos. A logística era a operação crítica e as competências gerenciais deveriam atender à suas demandas.
A operação de logística, evidentemente, não deixou de existir. O que ocorre é que mesmo esta atividade passa a ser determinada pelo conhecimento aplicado. Muito embora, seja preciso deslocar matéria prima aos seus locais de manipulação, toda a estrutura de fabricação é pensada no sentido de minimizar o percurso.
Não se investe mais tanto tempo na busca de materiais como se fazia no passado. As informações trazidas pelos satélites de comunicação apressam as mais diferentes atividades, desde a localização de reservas minerais e outras riquezas até o monitoramento de cardumes de peixes e a produção agrícola.
No que se refere á distribuição dos bens e serviços, a excelência é função de engenharia e de localizações estratégicas de centros de redistribuição. A questão não é mais tanto do cálculo de frete, mas de toda montagem da base de operações construída para que a movimentação de materiais, componentes e itens acabados minimize o custo como um todo, ao longo do canal de suprimentos.
Essa situação causa um efeito de aceleração do ciclo produtivo, ao mesmo tempo em que, devido à redução dos custos gerais, aumenta-se a margem da operação como um todo, num primeiro momento e na seqüência surge um efeito de redução dos preços. A velocidade crescente testemunhada por todos em tempos de globalização é exatamente o efeito da busca por mais conhecimento, que trará mais velocidade ao ciclo produtivo e pelo estabelecimento de padrões que trarão mais abundância. O resultado prático se traduz pela constituição explosiva das redes de negócios, embasadas no relacionamento.
Competências gerenciais de liderança e de integração – Liderança significa o grau de comando das atividades de relacionamento por algum núcleo da rede de negócios, e integração representa o grau de transparência entre os participantes da rede de negócios. Assim é possível imaginar quatro situações em que uma ou outra competência se fará mais ou menos presente na gestão destas redes de negócios, embasadas no relacionamento.
Primeiro, as redes de suprimento embasadas totalmente na web demandam baixo nível de liderança e integração. Os portais de e-commerce, como exemplo, exigem basicamente um controle ético das atividades. Mas esses portais devem ter mecanismos de construção de conhecimento e nesse caso a competência a ser exigida, como comentada num parágrafo acima, será a capacidade autônoma de gestão do conhecimento do gerente.
A seguir, as redes formadas para a gestão de alianças como no caso dos programas de milhagem das companhias aéreas, onde prevalece uma alta integração, mas um baixo controle. Novamente, verifica-se uma rede matricial, onde todos os átomos trabalham em simbiose, para obter um resultado máximo em nível molecular, ou seja, para a rede, mas sem existir um processo de comando vindo de algum núcleo da rede.
Ainda, as redes de negócios que têm como fundamento o licenciamento, têm um alto nível de controle e baixo de integração. Franquias retratam fielmente o caso. Como no mundo McDonald’s, o núcleo integrado original dita ordens às demais células franqueadas de restaurantes.
Finalmente, as redes muito sofisticadas, capazes de produzir grande margem para seus participantes. A amazon.com, por exemplo, site norte-americano de e-commerce, necessita de uma integração cronometrada entre fabricantes, ela própria (o site de varejo) e um distribuidor (o entregador das encomendas). Empresas como a UPS, a DHL e a Federal Express já estão formando parcerias para viabilizar este ideal, e com qualidade confiável e excelência em pontualidade, estes nomes começam a ganhar prestígio e destaque global, além de muita receita obviamente. Assim, o controle é rigoroso, pois é exercido pelo consumidor e pela amazon.com, os quais checam a precisão e qualidade da entrega. Erros prejudicam toda a rede. Além da liderança atuante, exige-se uma ação vigorosa de integração.
