A globalização dos negócios e, consequentemente, a gradativa exposição das empresas à concorrência mundial mudaram o conceito da Administração de Recursos Humanos.
As pessoas, que antes eram meros recursos organizacionais, agora são inseridas nas empresas como valores humanos, munidas de competências e conhecimentos, aptas a se encaixarem em um contexto complexo e mutável e a aliarem produtividade, qualidade e competitividade, atuando como parceiras das organizações.
Considerando, portanto, que a palavra “recurso” remete a um período industrial temporalmente distante, no qual o ser humano era considerado somente mais um ativo utilizado para rodar a engrenagem organizacional, as obras desta série passaram a utilizar o conceito de Gestão Humana no lugar de Recursos Humanos.
Administração de Recursos Humanos – Gestão Humana: fundamentos básicos faz parte da Série Recursos Humanos. Esta obra trata das organizações e das pessoas que delas participam, além da interação entre ambas. Ela introduz, com uma visão mais humana e estratégica, uma nova abordagem a ser aplicada na área de Recursos Humanos.
A Era Industrial – em suas duas primeiras revoluções – trouxe importantes transformações para a sociedade e, em particular, para as organizações. Apesar das empresas serem constituídas por recursos físicos e por pessoas, o paradigma da produção em alta escala, protagonizada por esse evento, focou em uma gestão eficiente e no constante aumento da produtividade.
Essa visão, presente desde os tempos do taylorismo e do fordismo, foi bem caracterizada no filme Tempos Modernos (1936), do gênio Charles Chaplin (1889-1977), ao retratar, por meio de seu personagem The Little Tramp (O Vagabundo), as altas robotização e especialização do ser humano, considerado na época como um apêndice da máquina. O trabalhador, portanto, era visto como mais um recurso na pirâmide hierárquica, ou seja, mais um ativo para auxiliar a empresa a resolver alguns problemas que a máquina por si só não podia fazer. Todavia, o que é um “ativo”, no conceito econômico utilizado pelas empresas, senão um conjunto de bens e de posses, passível de se transformar em dinheiro?
Apesar de a sociedade já ter vivido três Revoluções Industriais, (a segunda marcada pelo desenvolvimento da indústria química; a terceira, pela substituição da mecânica analógica pela digital e pelo uso da internet) e, a partir de 2011, estar vivendo a quarta, que utiliza os recursos tecnológicos disponíveis para geração de conhecimento e produtividade, muitas organizações, em plena Era Digital, ainda se apropriam do termo Recursos Humanos quando se referem ao bem mais valioso que possuem: suas pessoas.
Pessoas não são recursos, assim como não são ativos. A organização não tem a posse ou a propriedade sobre seus colaboradores. Ela deve, contudo, adquirir seu compromisso, sua confiança e seu engajamento caso queira fazer a diferença em um mercado altamente competitivo e volátil.
Diferentemente da Era Industrial, em que os trabalhadores eram selecionados, muitas vezes, por sua capacidade física, atualmente as pessoas que colaboram para o sucesso da organização são valorizadas por suas competências, pelo seu conhecimento, compromisso e compartilhamento com os valores organizacionais.
Mas o que seria Gestão Humana? Em vez de utilizar somente a técnica, como sugere o termo recursos, a Gestão Humana vai além: ela busca a valorização das pessoas, seu desenvolvimento e suas competências nas organizações que atuam. Recursos são administrados pois são inertes, estáticos, padronizados e sem vida própria. Pessoas, não. Elas devem ser engajadas, empoderadas, impulsionadas e lideradas, pois são inteligentes, competentes, ativas e proativas. Assim, as organizações que investem no seu Capital Humano, dando-lhes oportunidades de progresso e avanço intelectual, obterão o melhor de sua gente e, portanto, melhores retornos. Em plena Era Digital e da Inteligência Artificial no mundo dos negócios, as pessoas são para as organizações o principal diferencial para que elas alcancem competitividade, crescimento e sustentabilidade.
Desejamos, portanto, que as obras desta série sirvam de ponto de partida para o desenvolvimento de uma Gestão mais Humana, colaborativa, inclusiva e sustentável.
atendimento@chiavenato.com
Usamos cookies para garantir que você obtenha a melhor experiência no nosso site. Saiba mais.